Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose: Leishmaniose Tegumentar

Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose: Leishmaniose Tegumentar

A Leishmaniose Tegumentar (LT) é uma doença infecciosa, não contagiosa, que provoca úlceras na pele e mucosas. A doença é causada por protozoários do gênero Leishmania. No Brasil, há sete espécies de leishmanias envolvidas na ocorrência de casos de Leishmaniose Tegumentar, sendo a Leishmania viannia braziliensis, a predominante no país. 

A doença é transmitida ao ser humano pela picada das fêmeas de flebotomíneos (espécie de mosca) infectadas, comumente denominados, dependendo da região, como mosquito-palha, tatuquira e birigui. As picadas ocorrem geralmente no início da manhã e final de tarde.

Em humanos, o período de incubação é em média 2 a 3 meses, podendo apresentar períodos mais curtos, de 2 semanas, e mais longos, de 2 anos. A picada ocorre frequentemente em áreas expostas da pele como os membros inferiores, superiores e face, já nas mucosas são mais comuns no nariz, boca e garganta. 

A úlcera tem formato arredondado ou ovalado, mede de alguns milímetros até alguns centímetros, possui base eritematosa, infiltrada e de consistência firme com margens bem delimitadas e elevadas, fundo avermelhado e com granulações grosseiras, na maioria das vezes indolores. A infecção bacteriana associada pode causar dor local e produzir exsudato seropurulento que, ao dessecar-se em crostas, recobre total ou parcialmente o fundo da úlcera. A infecção secundária e o uso de produtos tópicos podem causar eczema perilesional, modificando seu aspecto.

O diagnóstico é clínico, confirmado pela intradermoreação de Montenegro positivo, para diferenciação de outras lesões semelhantes, como paracoccidioidomicose, carcinoma epidermóide e basocelular, linfomas, hanseníase Virchoviana, sífilis terciária, perfuração septal traumática ou por uso de drogas, rinite alérgica, sinusite, sarcoidose, granulomatose de Wegner e outra doenças mais raras.

As drogas de primeira escolha no tratamento das leishmanioses são os antimoniais pentavalentes, havendo uma recomendação da OMS para que a dose seja calculada em mg Sb+5/kg/dia, sendo o antimoniato de N-metilglucamina o mais utilizado no Brasil.

Os cuidados com as úlceras são os mesmos dispensados às demais lesões cutâneas, ou seja, higiene da ferida, cobertura para a manutenção do leito úmido e proteção da pele perilesional. No caso de infecção secundária presente pode ser usado uma cobertura antimicrobiana.

O enfermeiro estomaterapeuta tem um papel crucial no manejo de pacientes com leishmaniose tegumentar, a sua atuação envolve a avaliação minuciosa das feridas, escolha adequada de coberturas e técnicas de curativos que favoreçam a cicatrização e previnam infecções secundárias, além de complicações como deformidades. Além disso, o estomaterapeuta educa os pacientes sobre os cuidados diários com as feridas, a importância da adesão ao tratamento e a prevenção de novas infecções. Este profissional também oferece suporte emocional, ajudando o paciente a enfrentar o impacto psicológico das lesões cutâneas, o que é fundamental para melhorar a qualidade de vida do paciente durante o tratamento.

Vale salientar que o tratamento sistêmico é fundamental para a cicatrização da úlcera, não considerar apenas o curativo.

Para a prevenção da Leishmaniose Tegumentar é necessário adotar o uso de repelentes nas áreas expostas da pele, principalmente no amanhecer e ao anoitecer, principalmente em áreas endêmicas.

Rita Domanski

Rita Domanski
Enfermeira Estomaterapeuta TiSOBEST.
Mestre e Doutora em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da USP/SP.
Assessora Técnica da Diretoria Superintendente do Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina – HU-UEL.
Coordenadora do Curso de Especialização em Enfermagem em Estomaterapia da PUCPR.
Membro da Comissão de Ética da SOBEST®.
Presidente da Seção Paraná da SOBEST®(2024-2026).
Membro pleno do Conselho Mundial de Estomaterapia – WCET.
Membro associado da Associação Brasileira de Enfermagem em Dermatologia – SOBENDE.
Membro da Comissão de Estomaterapia do COREN/PR.
Diretora-Secretária da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico do HU-UEL – HUTec.
Diretora da RD – Rita Domansky – assessoria, consultoria e menoria em Estomaterapia: estomias, feridas e incontinências.
Organizadora/Autora do Manual para prevenção de lesões de pele: recomendações baseadas em evidências.l.

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