Atividade Física e Incontinência Urinária – Qual a relação?

Atividade Física e Incontinência Urinária – Qual a relação?

A Incontinência urinária é um problema de saúde comum na população em geral, nas diversas faixas etárias. É definida como a perda não voluntária e esperada de urina. Estudos trazem que a ocorrência deste problema pode chegar a 45% em mulheres1. Uma pesquisa desenvolvida no Brasil, encontrou uma taxa de incontinência urinária de 40,8% em mulheres entre 20 a 83 anos2. Em homens, a prevalência varia bastante conforme a faixa etária, atingindo de 4,81% a 32,17%, sendo um problema de saúde menos comum e normalmente associado a outras patologias de base.

Existem diversos fatores de risco para o surgimento deste problema de saúde. Como alguns fatores podemos elencar: o tabagismo, a baixa ingestão hídrica, a multiparidade e o próprio envelhecimento. Todavia, existe um fator de risco comum para a ocorrência não só da incontinência urinária, mas de diversas doenças graves, como diabetes mellitus, hipertensão arterial, síndromes coronarianas e outras patologias, que é o sobrepeso e a obesidade.

Com relação à incontinência propriamente dita, a obesidade acarreta em sobrecarga para os músculos do assoalho pélvico, causando alterações nas fibras desses músculos, o que pode prejudicar a continência urinária. A adoção de hábitos alimentares saudáveis, associada com a prática de atividade física pode contribuir para a melhora do quadro de incontinência, quando este já se fizer presente, bem como, pode evitar sua ocorrência.

Desta forma, recomenda-se a realização de atividade física cinco dias por semana, com duração estimada de 30 minutos ou a realização de 150 minutos semanalmente. Outra forma de estimular um estilo de vida ativo, é orientar que as pessoas reduzam o uso de veículos automotores, adotando a bicicleta ou incentivando a prática de caminhadas breves, até o comércio próximo de seu domicílio, por exemplo.

A prática de atividade física não deve ficar restrita a academias, ao contrário, os profissionais de saúde devem orientar que todo movimento corporal é importante e contribui para a saúde, desde os cuidados diários de limpeza domiciliar. A realização de atividades diárias e/ou físicas é considerada um fator protetor para evitar o desenvolvimento ou a piora deste problema de saúde.

Referências

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Jaqueline Aparecida dos Santos Sokem

Profa. Dra Jaqueline Aparecida dos Santos Sokem

Enfermeira, Estomaterapeuta TiSobest

Mestra em Ensino em Saúde, Doutora em Saúde e Desenvolvimento

Presidente da Seção Sobest-MT

Docente do Curso de Enfermagem da Universidade Federal do Mato Grosso/Sinop-MT

Coordenadora do Projeto de Ensino, Pesquisa e Extensão Reabilitar: Ambulatório de Enfermagem para atendimento de pacientes com disfunções do assoalho pélvico

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