A importância do enfermeiro estomaterapeuta no cuidado à pessoa com doença infamatória intestinal

A importância do enfermeiro estomaterapeuta no cuidado à DII

A Doença Inflamatória Intestinal (DII) é uma doença crônica de causa desconhecida, que engloba diversas patologias autoimunes que ocasionam inflamação crônica do intestino. Os tipos mais prevalentes e também os mais graves são a Doença de Crohn (DC) e a Colite Ulcerativa (CU)¹. Nesse tipo de patologia é muito frequente a confecção de estoma intestinal, levando a necessidade de cuidados de enfermagem especializada. Dessa forma, a Estomaterapia exerce um papel fundamental, uma vez que é a enfermagem especializada que atua nos cuidados às pessoas com estomias, tendo amplo conhecimento sobre as demandas a serem oferecidas e das tecnologias existentes no mercado direcionados as estomias².

Dentre os cuidados a serem realizados destacam-se: a realização de uma avaliação cuidadosa pautada no histórico do paciente, exames e, principalmente, da estomia e da pele periestomal para identificar quaisquer alterações que possam estar presentes. É importante ocorrer acompanhamento regular para monitoramento da estomia e fornecimento de orientações adequadas, garantindo informações a pessoa e à família, em relação aos cuidados como a estomia, limpeza e troca do equipamento coletor de maneira adequada, uso correto dos adjuvantes, prevenção de complicações e como lidar com emergências.

Dentre as orientações devemos reforçar a importância da higiene adequada, sendo um cuidado essencial para prevenir infecções e irritações. Isso envolve a limpeza cuidadosa da pele com produtos suaves e sem fragrâncias, além do uso de técnicas assépticas durante as trocas de bolsa. Outro ponto importante é a escolha do equipamento coletor adequado, devendo ser considerada as necessidades e preferências individuais da pessoa, avaliando o tipo de estomia, o fluxo de saída, o tamanho e a forma do estoma, bem como o gerenciamento de complicações, fornecendo cuidados especializados e encaminhamentos quando necessário.

A convivência com uma doença inflamatória intestinal e ter uma estomia se apresenta como um grande desafio físico e emocional. Nesse sentido, o enfermeiro estomaterapeuta, adquire em sua formação a instrumentalização que possibilitará oferecer suporte integral as pessoas com estomia, auxiliando-o em relação aos cuidados que sua condição oferece, educando via ações que possibilitem lidar com as mudanças e a adaptação ao novo estilo de vida. É importante ressaltar que cada pessoa é única, e os cuidados podem variar conforme as necessidades individuais. O acompanhamento com o estomaterapeuta regularmente é essencial para garantir um cuidado adequado e personalizado.

Referências

1 Bustos MCV, Andina-Díaz E. Inflammatory bowel disease: patients’ and professionals’ perceptions of shared decision-making. Acta Paul Enferm 2021;34:eAPE000765.

2 PAULA, M.A.; PAULA, P.R.; CESARETTI, I.U.R. (Org.) Estomaterapia em foco e o cuidado especializado. São Caetano do Sul-SP: Yendis Editora, 2014.

3 GRECO, A. P. C. (Coord.). Assistência a pessoas com estomas: Guia paradidático para profissionais de área de saúde. Salvador: ASCOM – HSR, 2015.

Francisca das C. Sheyla Almeida Gomes Braga

Francisca das C. Sheyla Almeida Gomes Braga é Enfermeira Estomaterapeuta, Mestre em Enfermagem pela UUFPI, Membro Pleno da SOBEST e Enfermeira do HU-UFPI e do HUT/ Teresina-PI

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