A importância das campanhas de vacinação na prevenção de doenças

A importância das campanhas de vacinação na prevenção de doenças

No dia 1º de Julho é comemorado o Dia da Vacina BCG, data de criação e que celebra a importância do imunizante no avanço da prevenção da tuberculose e na diminuição da mortalidade infantil pela doença. A BCG (Bacilo Calmette-Guérin) é utilizada para a prevenção da tuberculose, uma doença transmitida pelo Mycobacterium tuberculosis, também conhecido como Bacilo de Koch.

No final do século XIX e início dos anos 1900, a tuberculose matava mais do que qualquer outra doença e não existia política pública para o seu controle. A doença era endêmica, com desenvolvimento lento, e muitas vezes, fatal. Foi nesse cenário que os bacteriologistas franceses Leon Charles Albert Calmette (1863 – 1933) e Jean Marie Camille Guerin (1872 – 1961), desenvolveram a vacina BCG, a partir de outra bactéria, responsável por uma doença tuberculosa bovina, a Mycobacterium bovis. Foi utilizada pela primeira vez em 1921 em uma criança recém-nascida de mãe que apresentava tuberculose. No Brasil, ela começou a ser usada em 1927.

A BCG possui uma elevada eficácia, protegendo contra doenças graves como a meningite tuberculosa e a tuberculose miliar, especialmente durante os primeiros anos de vida. Sua eficácia alcança os 78% de proteção, o que pode variar de acordo com o paciente e o país, uma vez que diferentes cepas da vacina são utilizadas ao redor do globo. Apesar da BCG ter sido criada para proteger contra a tuberculose, estudos apontam que ela também oferece proteção contra a hanseníase.

Inicialmente a vacina era aplicada por via oral e só depois veio a ter sua aplicação intradérmica. No Brasil, essa nova forma de aplicação foi iniciada em 1968, sendo realizada no braço direito, na região da inserção do músculo deltoide. Por isso, a maioria das pessoas nascidas após a década de 70 apresenta uma pequena cicatriz nessa região.

Desde 1976 o Ministério da Saúde tornou obrigatória a administração da vacina BCG em crianças, sendo incluída no Programa Nacional de Imunização em 1977. Esta deve ser aplicada em crianças entre 0 e 4 anos, de preferência no recém-nascido. A vacina possui algumas contraindicações como: crianças imunodeficientes, desnutridas, com erupções cutâneas generalizadas, aquelas em tratamento com corticoides e com peso inferior a 2kg.

Atualmente a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda apenas uma dose da vacina, uma vez que a segunda dose não provoca um aumento considerável na proteção, não havendo evidências científicas de sua necessidade. Vale destacar que, em alguns países, a segunda dose ainda é administrada.

A BCG é segura e caracteriza-se por deixar uma pequena cicatriz no braço onde foi aplicada. Essa cicatriz aparece após uma reação que se inicia no local após, aproximadamente, duas semanas. Não há necessidade de que os pais não se preocupem com a lesão que surge no braço, que, em muitos casos, lembra uma espinha. Entretanto, é importante que fiquem atentos para lesões mais intensas e procurar um médico principalmente se for observado o surgimento de ínguas nas axilas.

O Governo Federal distribui, mensalmente, cerca de 1 milhão de doses da BCG para todo o Brasil. A vacina é disponibilizada gratuitamente no Sistema Único de saúde – SUS – sendo normalmente administrada nas maternidades ou nas unidades básicas de saúde, logo após o nascimento da criança.

No Brasil são notificados aproximadamente 70 mil casos por ano, o que levam a 4,5 mil mortes em decorrência da doença. Em um cenário ideal, seria necessária uma redução de 90% da incidência da doença e uma redução de 95% do número de mortes no país até 2035.

Apesar da vacina BCG ser uma conquista, um novo desafio está presente, alcançar e manter a meta de 90% do recém-nascidos imunizados. Entretanto a queda nas coberturas vacinais tem sido apontada, em 2021 houve uma das coberturas mais baixas da história, com 79,5% e em 2022 uma leve alta, atingindo 82%, números ainda insuficientes.

Assim, o estímulo a imunização voltou a ser o pilar das ações prioritárias do Ministério da Saúde, frente ao Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública.

Diante desses números fica claro que há muito trabalho a ser feito. A vacinação é uma etapa importante na prevenção primária contra tuberculose. Hoje, mais de 100 anos depois do desenvolvimento da vacina, ainda há falta de informações e muito preconceito sobre o tema. Por isso a divulgação desta data – 1º de julho – é uma grande estratégia para relembrar uma etapa importante da história e assim, conscientizar a população sobre seu papel na prevenção tendo os benefícios que a vacinação proporciona. 

A estomaterapia é uma especialidade da enfermagem que atua no cuidado às pessoas com feridas, estomias e incontinências, com um aumento gradativo do número destes especialistas pelo Brasil, tornando-se referência na assistência, ensino e pesquisa.

Desta foram o caráter preventivo das ações prestadas pelos estomaterapeutas, desde a infância até 3º idade, contemplam os cuidados primários com a saúde, como estratégia efetiva na disseminação de informações relevantes sobre o processo saúde doença, bem como no impacto da vacinação tanto na saúde pública e como na saúde privada.

Edson Maruyama Diniz é Enfermeiro Estomaterapeuta. Mestre em Telessaúde, especialista em Gestão em Enfermagem, Enfermagem em Estomaterapia e Informática em Saúde. Enfermeiro da Prefeitura Municipal de São Paulo em uma Unidade de Assistência Domiciliar, é Assessor do Departamento de Comunicação Associação Brasileira de Estomaterapia – SOBEST, Gestão 2021 – 2023. Também é o Editor de Marketing em Mídias Sociais – Revista Estima – Brazilian Journal of Enterostomal Therapy e um dos criadores da página @estomaterapiapravc no Instagram.

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