Novembro Azul: 100 anos de Insulina

Novembro Azul: 100 anos de insulina

No dia 14 de novembro é celebrado o Dia Mundial do Diabetes, a escolha da data não foi ao acaso, pois neste mesmo dia em 1891, no Canadá, nascia o médico Frederick Banting, um pesquisador incansável que em 1921 descobria a insulina terapêutica, juntamente com seu colega de laboratório, o estudante de fisiologia e bioquímica Charles Herbert Best, na Universidade de Toronto. O mês de novembro é marcado por uma campanha mundial repleta de ações para conscientização do Diabetes e suas complicações, o chamado “novembro azul”, que se iniciou em 1991 através de uma iniciativa do International Diabetes Federation (IDF) e a Organização Mundial de Saúde (OMS), mas somente em 2006 tornou-se um dia oficial pelas Nações Unidas (1).

O tema deste triênio (2021 – 2023) chama-se Access to Diabetes Care, em português, acesso ao tratamento do DM e o ano de 2021 é especialmente marcado pelos 100 anos da insulina: Insulin at 100, que a partir de sua descoberta a vida de pessoas com diagnóstico de DM tipo 1 tornou-se possível, além de ser uma terapia essencial para muitas pessoas com DM tipo 2 e outras formas de DM (2).

Após um século, os desafios ainda são grandes, a falta de acesso à insulina e às ferramentas necessárias para o controle do DM ainda é uma realidade (2), as complicações relacionadas ao DM e ao mau controle metabólico, são responsáveis por altas taxas de morbidade e mortalidade (3). A prevenção e o tratamento adequados requerem abordagem e acompanhamento baseados nas melhores evidências, no suporte de equipe multiprofissional capacitada e na participação do paciente – cuidado centrado, além da educação dos profissionais de saúde do nível de atenção primária e participação dos familiares e cuidadores (4) (5).

Políticas públicas também são recomendáveis possibilitando aos indivíduos com DM acesso integral aos cuidados e aos dispositivos necessários para a prevenção de complicações (6) (5) (LEI No 13.895, DE 30 DE 0UTUBRO DE 2019”, 2019).

Desta forma, o mês de novembro ganha força a cada ano, este tipo de campanha e as ações tomadas refletem no enfrentamento da doença como um problema global, o Brasil é o quinto país no ranking mundial de pessoas com DM (8). A atuação do enfermeiro estomaterapeuta é de extrema importância com foco na prevenção de complicações, durante a consulta de enfermagem realiza-se a avaliação dos pés (pele e anexos), quanto aos sinais de inflamação/infecção, presença de fissuras, umidade excessiva, maceração entre os dedos, atrito,  avaliação vascular, cuidados com as unhas (onicomicoses/ distrofias ungueais/ onicocriptose), medidas de preservação da integridade cutânea, desbastamento dos calos e calosidades, deformidades dos pés e dedos, tratamento das úlceras diabéticas através das terapia tópica e terapias adjuvantes, orientações para o uso de órteses e calçados, educação do paciente, dentre outros (9).

A Associação Brasileira de Estomaterapia (SOBEST) apoia e incentiva a produção científica e campanhas voltados para a educação de profissionais de saúde e para o público leigo. No site da SOBEST encontra-se disponível para downloads materiais de estudo com foco na prevenção de complicações nos membros inferiores, produzidos por enfermeiros estomaterapeutas que são referência no assunto.

Acreditamos que o enfermeiro faz a diferença e a prevenção das complicações nos pés de pessoas com DM é sinônimo de preservação da vida, nós estamos juntos nessa luta!

Mariana Alves Bandeira

Mariana Alves Bandeira
Enfermeira Estomaterapeuta TiSOBEST

Referências
1. Toronto U of. Insulin 100 [Internet]. University of Toronto. 2021 [cited 2021 Sep 23].
2. Mathieu C, Martens PJ, Vangoitsenhoven R. One hundred years of insulin therapy. Nat Rev Endocrinol [Internet]. 2021;0123456789.
3. American Diabetes Association. Standards of Medical Care in Diabetes—2020. In: Standards of Medical Care in Diabetes – 2010. 2020.
4. Working Group on the Diabetic Foot (IWGDF). IWGDF Guidelines on the prevention and management of diabetic foot disease. 2019. 194 p.
5. Funnell M, Freehill K. Keeping up-to-date with diabetes care and education. Nurse [Internet]. 2018;34(November):22–9.
6. Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes SBD 2015-2016. 2016. 191p.
7. Law No 13.895, DE 30 DE 0UTUBRO DE 2019 [Internet]. Brazil; 2019.
8. Petrova NL; Edmonds ME. Acute Charcot neuro-osteoarthropathy. Diabetes Care [Internet]. 1st ed. 2016;22(1):1–5.
9. Fernanda Mateus Queiroz Schimidt, Gisele Regina de Azevedo, Neria Invernizzi da Silveira, Maria Angela Boccara de Paula, Monica Costa Ricarde, Silvia Angélica Jorge, Sonia Regina Perez Dantas, Suely Rodrigues Thuler, Tania das Graças de Souza Lima VLC de GS. Intervenções nas áreas de abrangência da estomaterapia. Lorena; 2016. 124 p.

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