Março Azul Marinho – Vamos Prevenir o Câncer Colorretal

Março Azul Marinho - Vamos Prevenir o Câncer Colorretal

O câncer de intestino envolve os tumores encontrados no cólon (intestino grosso), reto (próximo ao ânus) e ânus, é conhecido como câncer de cólon e reto ou colorretal.

É uma doença tratável e, na maioria dos casos, curável, quando descoberta precocemente e não se espalhou para outros órgãos. Seu início ocorre a partir de pólipos (lesões benignas) que podem crescer na parede interna do intestino grosso.

A estimativa de casos novos de câncer de cólon e reto (ou câncer de intestino) para o Brasil, para cada ano do triênio de 2023 a 2025, é de 45.630 casos, sendo 21.970 casos entre os homens e 23.660 casos entre as mulheres (inca 2023).

Os principais fatores relacionados ao risco em desenvolver câncer do intestino são:

  • Idade igual ou acima de 50 anos
  • Excesso de peso corporal
  • Alimentação não saudável, pobre em frutas, vegetais e alimentos que contenham fibras.
  • Consumo de carnes processadas (salsicha, mortadela, linguiça, presunto, bacon, peito de peru e salame)
  • Ingestão de carne vermelha (acima de 500 gramas de carne cozida por semana)
  • História familiar de câncer de intestino (doenças hereditárias)
  • História pessoal de câncer de intestino, ovário, útero ou mama
  • Tabagismo
  • Consumo de bebidas alcoólicas.

As doenças inflamatórias do intestino, como Retocolite Ulcerativa Crônica (RUC), Doença de Crohn (DC), Polipose Adenomatosa Familiar (FAP) e Câncer Colorretal Hereditário sem Polipose (HNPCC), também aumentam o risco de câncer do intestino e devem ser acompanhadas por um médico.

Os profissionais da área de radiologia (industrial e médica) devem estar atentos, pois a exposição ocupacional à radiação ionizante, como aos raios X e gama, pode aumentar o risco para câncer de cólon.

Os sintomas mais frequentemente associados ao câncer do intestino são:

  • Sangue nas fezes;
  • Alteração do hábito intestinal (diarreia e prisão de ventre alternados);
  • Dor ou desconforto abdominal;
  • Fraqueza e anemia;
  • Perda de peso sem causa aparente.
  • Alteração na forma das fezes (fezes muito finas e compridas)
  • Massa (tumoração) abdominal

Muitas vezes esses sinais e sintomas não são causados por câncer, podem estar presentes em casos de hemorroida, verminose, úlcera gástrica entre outros, e devem ser investigados para um diagnóstico correto e tratamento específico.

A detecção precoce (fase inicial) do câncer, através de investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, pode possibilitar maiores chances no tratamento.

Os tumores colorretais podem ser detectados através de dois exames: pesquisa de sangue oculto nas fezes e colonoscopia/retossigmoidoscopias. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que países com condições de garantir a confirmação diagnóstica e o tratamento, devem realizar o rastreamento do câncer colorretal em pessoas com idade acima de 50 anos, por meio do exame de sangue oculto de fezes. Os casos positivos deverão realizar colonoscopia em busca de pólipos ou tumores para coleta de biopsia (amostra de tecido).

O diagnóstico é realizado através da análise da amostra de tecido retirado da lesão durante a colonoscopia.  

A cirurgia é o tratamento inicial, retirando a parte do intestino afetada e os gânglios linfáticos (estruturas do sistema de defesa do corpo) do abdome. Durante a cirurgia pode ser necessária a confecção de uma estomia intestinal para eliminação das fezes, podendo ser uma colostomia e ileostomia (dependendo do segmento intestinal exteriorizado, a estomia terá uma nomeação diferente

A radioterapia (radiação), associada ou não à quimioterapia (medicamentos) irá diminuir a possibilidade de recidiva (retorno) do tumor, porém o tratamento depende principalmente do tamanho, localização e extensão do tumor. Quando a doença se espalhada (metástases) para o fígado, pulmão ou outros órgãos, as chances de cura ficam reduzidas.

Após o tratamento, é importante realizar o acompanhamento médico para monitoramento de recidivas ou novos tumores.

As ações de prevenção reúnem a prática de atividade física, consumo de uma alimentação saudável a base de alimentos naturais, não processado como frutas, verduras, legumes, cereais integrais, feijões, grãos e sementes.

Esse tipo de alimentação é rico em fibras e, além de promover o bom funcionamento do intestino, também ajuda no controle do peso corporal, mantendo se dentro do índice de massa corpórea (IMC) adequado. Evitar o tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas são ações importantes na prevenção.

É importante saber que existe uma especialidade dentro da enfermagem que assiste as pessoas com estomias de eliminação, ela é chamada de Estomaterapia.

O enfermeiro estomaterapeuta é um especialista nas áreas de Estomias, Feridas Agudas e Crônicas, Incontinências Urinária e Anal, Fístulas, Drenos e Cateteres. Seu trabalho é voltado para promoção da saúde, prevenção de complicações, tratamento e reabilitação de pessoas com todos os tipos de estomias.

Além das estomias intestinais o enfermeiro estomaterapeuta poderá acompanhar a pessoa com câncer colorretal em todas as intercorrências que possam surgir durante tratamento, relacionadas à pele, como exemplo as radiodermites – queimaduras que podem ocorrer durante o tratamento radioterápico, síndrome mão-pé – fissuras e lesões de pele nas mãos e pés devido ao tratamento com quimioterapia oral (Capecitabina) ou toxicidade cutâneas devido ao uso de quimioterapias endovenosas.

Sempre que precisar, procure um ESTOMATERAPEUTA para acompanhar suas necessidades, ele será seu MELHOR AMIGO!  

Fonte:

https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-intestino

https://vencerocancer.org.br/pela-qualidade-de-vida-da-pessoa-com-estomia/

www.sobest.com.br/estomias/

Adriane Aparecida Costa Faresin

Adriane A. Costa Faresin

Enfermeira Estomaterapeuta TiSOBEST – Enfermeira ambulatorial no Instituto do Câncer do Estado de são Paulo – ICESP – Membro do Grupo de Pesquisa em Estomaterapia da USP – GPET – Diretora de Comunicação e Marketing da SOBEST

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