Dissipando mitos, aprimorando as competências e melhorando os resultados

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Refletir sobre diversos assuntos permite que possamos compreender os fatos, esclarecer dúvidas, mas certamente nos dá a oportunidade de planejar, ter estratégias em busca de melhores resultados.

O mês de outubro, mais especificamente dia 2, é um momento para uma dessas reflexões. Estamos falando do Dia Mundial da Pessoa com Estomia, World Ostomy Day. Mas o que temos de tão especial para refletir?

 Bem, estomia é uma palavra de origem grega que significa “abertura”, “boca” que na prática é um procedimento cirúrgico que consiste na exteriorização de parte de um sistema, como respiratório gerando as traquestomias, do digestório gerando as gastrostosmias e jejunostomias para alimentação e as ileostomias e as colostomias para eliminação, assim como no sistema urinário, gerando as derivações urinárias. Assim cria-se uma abertura artificial (orifício) entre órgãos internos e o meio externo.

Podemos dizer que para pessoa que vai ter uma estomia é um tempo de muitas dúvidas, incertezas, a sensação de que tempos difíceis virão.  Para uns é uma grande perda, mas para outros, uma nova possibilidade, uma nova vida. Partindo deste pressuposto, é o momento para dissiparmos mitos! Mas como?

Temos várias ferramentas para isso, a primeira delas o conhecimento, pois o “saber” traz luz, deixa mais claro o horizonte, a segunda é a habilidade, o “saber fazer”, que traz tranquilidade e deixa mais seguro e a terceira, a atitude, o “fazer acontecer”, o colocar em prática é a certeza de que estamos no caminho. Desta forma, reunindo esta tríade, podemos dizer que temos as competências necessárias para o enfrentamento, para o todo que se fará necessário, não só para pessoa com estomia, mas também para os profissionais que a cercam, aqueles que a tornarão competente para esse novo tempo.

Mas para que esse ciclo se feche precisamos de que os profissionais estejam preparados, com as mesmas competências, para que atuem de forma interprofissional, onde um só não baste, mas complete o outro. Onde o cuidado integral, centrado na pessoa seja transformador.

Neste sentido gostaria de destacar o enfermeiro, como um dos profissionais que faz parte desta equipe, que por si só tem suas competências delineadas para atuar em várias frentes, como no cuidado, na gestão, na pesquisa, dentre outras. E em falando do cuidado da pessoa com estomia, a especialidade aprimora as competências deste enfermeiro, lapidando o conhecimento, a habilidade e a atitude de acordo com as especificidades que este cuidar exige.

Assim o enfermeiro estomaterapeuta vem ocupando seu espaço ao longo de três décadas no Brasil, atuando na linha de frente no cuidado direto às pessoas com estomias no pré, intra e pós-operatório, fortalecendo a equipe interprofissional, produzindo e difundindo conhecimento por meio de pesquisas, organizando e participando de programas de capacitação tanto para profissionais, como para pessoas com estomias e seus familiares, participando de políticas públicas que garantam seus direitos, como o direito a um cuidado de qualidade, direito a um cuidado em rede na linha do cuidado, direito aos equipamentos coletores e todas as ações para a acessibilidade e inclusão social.

E em tempos de reflexão não podemos deixar passar a importância de que materiais de apoio sejam elaborados e disponibilizados para o desenvolvimento tanto das pessoas com estomias, quanto dos profissionais, especialistas ou não. Assim, neste momento temos a grata honra compartilhar um material recém-lançado pelo Ministério da Saúde – Guia de Atenção à Saúde da Pessoa com Estomia – um trabalho multiprofissional que contou com a participação de vários especialistas do país sob a Coordenação-Geral de Saúde da Pessoa com Deficiência.

Desta forma o tema central do dia Mundial das Pessoas com Estomias – Dissipando mitos, aprimorando as competências e melhorando os resultados – nos deu a oportunidade de várias reflexões, de olhar para trás e ver o quanto caminhamos, mas principalmente de olhar para frente, para o futuro em que ainda há muito o que fazer, fortalecendo cada vez mais as competências trazendo melhores resultados, resinificando e transformando vidas.

Referências:

  1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Especializada em Saúde. Departamento de Atenção Especializada e Temática. Guia de atenção à saúde da pessoa com estomia / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Especializada em Saúde, Departamento de Atenção Especializada e Temática. – Brasília:  Ministério da Saúde, 2021.
  2. CESARETTI, I. U. R. et. al. Cuidando de pessoas nos períodos pré, trans e pós-operatórios de cirurgias geradoras de estomia. In: SANTOS, V. L. C. G.; CESARETTI, I. U. R. Assistência em estomaterapia: cuidando de pessoas com estomia. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2015.
  3. https://www.ostomy.org/world-ostomy-day/
Mônica Costa Ricarte

Mônica Costa Ricarte
Enfª Estomaterapeuta TiSOBEST
Professora da Pontifícia Universidade Católica de Campinas
Membro da Comissão Científica da SOBEST

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