Dia Internacional das Meninas e Mulheres na Ciência

Dia de Meninas e Mulheres na Ciência

Em 2015, durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), foi definida a data comemorativa para as Meninas e Mulheres na Ciência. A ideia é que o mundo possa compartilhar a importância da igualdade de gênero em todos os âmbitos, incluindo o desenvolvimento do saber.

Assim como em outras áreas do conhecimento, a ciência esteve distante da grande maioria das meninas e mulheres por muito tempo. Marie Skłodowska Curie (1867–1934), física e química, foi responsável pela descoberta dos elementos polônio e rádio, além do que se conhece hoje como radioatividade. É uma das principais pioneiras da ciência. Além de se destacar por seu imenso conhecimento, digno de diversos prêmios, incluindo dois prêmios Nobel (1903–1911), destaca-se também por ter sido a primeira mulher a ocupar esse espaço e ser reconhecida pelo desenvolvimento da ciência. Mais de cem anos depois, ela continua sendo a única pessoa a ter recebido mais de um prêmio Nobel em categorias diferentes.

Em um século de diferença, acompanhamos um grande avanço da ciência e, com ele, um aumento gradativo da participação feminina, ainda que, por vezes, desigual. Em um levantamento de 2021, as mulheres representavam 56,8% dos títulos de mestrado e 55,6% dos títulos de doutorado no país. Ainda que a representatividade seja majoritariamente feminina, quando olhamos para os cargos de chefia, a representação feminina diminui, e os homens continuam dominando os cargos de destaque e liderança.

Talvez essas diferenças não lhe soem tão significativas, pois estamos inseridas em uma profissão majoritariamente feminina, o que nos faz reconhecer com facilidade personagens femininas na história da ciência da enfermagem. Florence Nightingale, por exemplo, destacou-se por profissionalizar o cuidado e transformá-lo na profissão que representamos hoje. Durante o mesmo período, desenvolveu cálculos estatísticos para mapear e organizar os hospitais por onde passava, o que lhe garantiu o título de primeira mulher membro da Sociedade Estatística da Inglaterra, em 1858. Mesmo que essa informação esteja adormecida em nós, enfermeiras, precisamos compreender seu impacto para a sociedade e para as meninas nela inseridas.

São personagens como Marie Curie, Florence Nightingale, Wanda Horta e a professora Vera Santos que inspiram meninas e mulheres a compreenderem que podem ocupar espaços acadêmicos e contribuir para o desenvolvimento da ciência.

Essa ciência pode, por muitas vezes, parecer distante ou muito complexa. No entanto, vale a pena relembrar que fazer ciência não é responsabilidade exclusiva de cientistas que descobrem moléculas nunca estudadas. Fazer ciência também é desenvolver projetos que permitam compreender a efetividade de um cuidado, a aplicabilidade de um curativo ou até mesmo o custo de um serviço. Existem inúmeras formas de se tornar uma cientista, e nos cabe entender que este também é o lugar de meninas, mulheres, mães, filhas e avós.

Referências Bibliográficas

– https://www.gov.br/inpe/pt-br/assuntos/ultimas-noticias/dia-internacional-das-mulheres-e-meninas-na-ciencia#:~:text=Esta%20data%20foi%20definida%20em,precisam%20andar%20lado%20a%20lado
https://www.gov.br/mcti/pt-br/acompanhe-o-mcti/noticias/2024/06/mulheres-sao-maioria-dos-mestres-e-doutores-no-brasil-aponta-estudo-do-cgee
– BOLZANI, Vanderlan da Silva. Mulheres na ciência: por que ainda somos tão poucas? Ciência e Cultura, São Paulo, v. 69, n. 4, p. 56-59, out. 2017. Disponível em: http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252017000400017&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 7 fev. 2025. http://dx.doi.org/10.21800/2317-66602017000400017.
– FRELLO, Aline T.; CARRARO, Telma E. Contribuições de Florence Nightingale: uma revisão integrativa da literatura. Escola Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 17, n. 3, p. 573-579, jul./set. 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1414-81452013000300024. Acesso em: 7 fev. 2025.

Cinthia Viana Bandeira da Silva


Cinthia Viana Bandeira da Silva

Doutoranda e Mestre em Ciências pelo Programa de Pós-graduação na Saúde do Adulto (Proesa) – EEUSP
Estomaterapeuta pelo Instituto Israelita Albert Einstein
Especialista em Cardiopneumologia de Alta Complexidade pelo Instituto do Coração – HCFMUSP
Bacharel em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo

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