O câncer colorretal é o terceiro câncer mais comum do mundo. É tratável e, na maioria dos casos, curável ao ser detectado precocemente. O câncer de intestino abrange os tumores que se iniciam no intestino, chamado cólon, e no reto. Podemos acompanhar nas literaturas que grande parte desses tumores se inicia a partir de pólipos.
A parede colorretal é constituída por camadas de tecido. A camada mais interna que fica em contato com as fezes é denominada mucosa. Áreas de crescimento anormal de células, chamados de pólipos, ocorrem comumente na mucosa. Embora a maioria dos pólipos não se tornem câncer, quase todos os cânceres colorretais surgem na forma de pólipos. Existem diferentes tipos de pólipos, e alguns têm maior probabilidade de se tornarem câncer do que outros. Vale ressaltar que um pólipo demora muitos anos para se transformar em câncer.
As células cancerígenas têm crescimento descontrolado. Elas quebram as regras do crescimento celular normal. Diferente das células normais, as células cancerígenas não morrem e formam novas células cancerígenas que substituem as células normais ao longo do tempo.
À medida que o câncer cresce, pode causar sintomas, sendo eles: anemia por deficiência de ferro, fezes com sangue e mudanças nos hábitos intestinais.
Podemos considerar o histórico familiar como um dos fatores mais importantes para o câncer colorretal. Diversos tipos de síndromes de câncer hereditário colocam a pessoa em alto risco de câncer colorretal. Por exemplo, a síndrome de Lynch, causada por uma mutação nos genes de reparo de incompatibilidade (MMR). E a síndrome de polipose adenomatosa familiar (FAP).
Depois do diagnóstico médico e terapias, o paciente é submetido ao procedimento cirúrgico. Onde pode ser necessário a confecção de uma estomia, sendo ela temporária ou definitiva.
É necessário um planejamento do cuidado multidisciplinar do paciente oncológico. Neste momento, nós enfermeira estomaterapeuta têm um papel fundamental, assistindo e acolhendo o paciente em toda sua jornada.
Na consulta de enfermagem pré-operatória realizamos a demarcação da estomia após avaliação criteriosa do perfil abdominal, peso corpóreo, postura corporal e vestimentas do paciente.
Sabemos que cirurgias oncológicas são desafiadoras e dependendo da localização do tumor podemos enfrentar alguns desafios. Atualmente, temos enfermeiras estomaterapeutas que compõem a equipe cirúrgica e atuam também como instrumentadora cirúrgica, onde no intraoperatório já iniciamos avaliação do perfil da estomia e adequamos o equipamento indicado para evitar possíveis complicações, como descolamento mucocutâneo, descolamento do equipamento e irritação periestomal.
Após o procedimento cirúrgico iniciamos nossa jornada em conjunto com as colegas do serviço oferecendo ao paciente os cuidados necessários com a estomia. Neste momento, após uma avaliação do perfil do estoma prescrevemos e adaptamos os equipamentos e adjuvantes necessários para os cuidados.
Na alta hospitalar, realizamos o relatório com a prescrição dos equipamentos e adjuvantes e encaminhamos o paciente para o polo de distribuição ou orientamos procurar seu seguro saúde para o fornecimento dos equipamentos coletores e adjuvantes.
Em conjunto com a equipe multidisciplinar acompanhamos o paciente em toda sua jornada como paciente portador de uma estomia, sendo ela temporária ou definitiva. Nós enfermeiros oncológicos e estomaterapeutas temos um papel importante na orientação do autocuidado, acolhimento, e na totalidade do cuidado com o paciente e seus familiares, promovendo assim a reabilitação e navegando o paciente em toda sua jornada.
Referências
Romenna, Yales; 04 de fevereiro – Dia mundial do câncer; 2024 in: https://sobest.com.br/04-de-fevereiro-dia-mundial-do-cance
Ferrara F, Parini D, Bondurri A, Veltri M, Barbierato M, Pata F, Cattaneo F, Tafuri A, Forni C, Roveron G, Rizzo G; Multidisciplinary Italian Study group for STOmas (MISSTO). Italian guidelines for the surgical management of enteral stomas in adults. Tech Coloproctol. 2019 Nov;23(11):1037-1056. doi: 10.1007/s10151-019-02099-3. Epub 2019 Oct 12. PMID: 31606801.
NCCN Guidelines for Patients; Rastreio de câncer colorretal, 2021:1-50. In: https://www.nccn.org/patients/guidelines/content/PDF/colorectal-screening-PT-Br-patient.pdf
Enfermeira Renata Brito
Sou enfermeira especialista em auditoria nos serviços em saúde, estomaterapia, oncologia e instrumentação cirúrgica. Atualmente, estou iniciando minha iniciação científica para obtenção do Título Mestre em Ciências da Saúde na Instituição de Ensino Escola Paulista de Medicina – EPM/UNIFESP pesquisa em Medicina Translacional, Tecnologia e Inovação.
Minha jornada profissional foi de 16 anos de experiência em time de cirurgia oncológica em hospitais de referência em São Paulo – Brasil.
Atualmente, trabalho em multinacional como Assessora Técnica na linha de Advanced Surgery.
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