O câncer é um problema mundial de saúde pública. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), para o triênio 2023 e 2025, são esperados 704 mil casos novos de câncer no Brasil, com destaque para as regiões Sul e Sudeste, que concentram cerca de 70% da incidência. Sem considerar o câncer de pele do tipo não melanoma, que é considerado o mais incidente no país, com 177 mil novos casos estimados.
Câncer é um termo que representa mais de 100 diferentes tipos de doenças malignas que causam um crescimento contínuo e descontrolado de células, com a capacidade de se disseminar e invadir outros órgãos.
O plano de cuidados do paciente oncológico deve considerar, além dos aspectos da doença propriamente dita, todo o contexto biopsicossocial do indivíduo, para que suas ações sejam efetivas. De igual importância no cuidado desse paciente, profissionais de diferentes formações constituem uma equipe multidisciplinar, atuando para atingir a excelência no cuidado, entre estes profissionais temos:
Enfermeiro(a) oncológico – exerce na maioria das equipes multiprofissionais o papel de liderança, por estar em contato por um período prolongado com o paciente oncológico durante o seu tratamento. Sua atuação é abrangente, voltada ao atendimento especializado, centrando cuidados, administração de medicamentos e terapias; planos para orientação educacional; manejo de sintomas; atendimento de urgências e emergências, entre outros.
Enfermeiro especialista em estomaterapia – é o profissional que atua nos cuidados de pacientes com estomias, fístulas, tubos, cateteres, drenos, pés diabéticos, incontinências (anal e urinária) e feridas agudas e crônicas.
O estomaterapeuta pode ajudar em diversas situações, como
- Realizando a demarcação do estoma e atuando juntamente com a equipe cirúrgica na busca por um estoma com a localização ideal para atender o paciente;
- Avaliando as condições do estoma (condição bastante comum em pacientes oncológicos), a presença de complicações e condições do dispositivo a fim de prescrever os cuidados necessários;
- Avaliando as características de pele periestoma e também a presença de complicações, tais como irritações ou mesmo sinais de infecção local;
- Prescrevendo os equipamentos e produtos apropriados, quando houver presença de complicações locais como dermatites ou feridas, por exemplo;
- Estimulando e ajudando no retorno do paciente com estomias à vida social, ou seja, trabalhando na aceitação e autoestima;
- Acompanhando o tratamento e orientando quanto aos exames de rotina e especializados;
- Orientando quanto ao autocuidado do paciente, promovendo assim a reabilitação, entre outras.
- Avaliando, prescrevendo e cuidando de qualquer ferida aguda e/ou crônica que esse paciente venha a desenvolver;
É necessário um planejamento completo do cuidado multidisciplinar do paciente oncológico, envolvendo todos os profissionais inseridos no contexto do cuidado. Cada um ocupando um papel único em prol do mesmo objetivo: atender as necessidades do paciente oncológico na sua totalidade.
Referências
GUIA DE ATENÇÃO À SAÚDE DA PESSOA COM ESTOMIA https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/julho/26/GUIA-ESTOMIA-Consulta-Publiaca-05-06-2019.pdf
Associação Brasileira de Estomoterapia (SOBEST). [Internet] São Paulo; 2018 [citado em 2018 dezembro 27]. Disponível em: http://www.sobest.org.br/texto/5
INCA. Instituto Nacional De Câncer José Alencar Gomes Da Silva. Estimativa triênio 2023/2025. Incidência do Câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2023.
Yales Romenna
Enfermeira oncologista pela Universidade Potiguar – RN
Estomaterapeuta pelo Instituto Israelita Albert Einstein – SP
Mestranda do mestrado profissional em enfermagem pelo Instituto Israelita Albert Einstein SP
Expert em manejo de feridas neoplásicas malignas (FNM) com atuação na área a 14 anos e acompanhamento individualizado do paciente oncológico em pós-operatório de estomias
Atuação na Liga Contra o Câncer RN/ Clínica Oncocentro
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